Roteiro Autoguiado do Centro Histórico de Florianópolis

09 - FIGUEIRA DA PRAÇA XV DE NOVEMBRO


A frondosa árvore “Figueira da Praça XV” é uma das atrações turísticas de Florianópolis de grande destaque, cuja história é muito interessante. Álvaro Tolentino, em 1960, escreveu nos jornais uma passagem sobre o momento em que a árvore foi plantada no centro do Jardim Oliveira Bello, na Praça XV de Novembro. O autor conta que, em uma manhã de verão cheia de sol e vida do mês de fevereiro de 1891, a jovem figueira, talvez, com seus vinte anos, foi retirada do jardim da matriz e transplantada para onde até hoje. Um Comendador, de nome José Maria dos Santos Carneiro Júnior, “português de velha e boa cepa”, construtor do jardim Oliveira Bello, mandou abrir uma grande fossa com circunferência de vinte metros para ser a nova residência da jovem figueira, sem sacrificar as suas tenras raízes. O transporte da árvore, realizado em carretão baixo, puxado por duas juntas de bois, encaminhou “a nova inquilina do jardim” pelo portão que dá frente para o sobrado da antiga Estação Telegráphica (atual sede central dos Correios). O narrador relatou que a árvore foi precedida por uma rapaziada alegre, alunos do antigo Gimnásio Catharinense, que funcionava à época, no Liceu de Artes e Ofícios. A algazarra da rapaziada foi grande acompanhando a árvore deitada, até ela ser colocada e espiada por estais em grande cova aberta e plantada ali. Depois foi decepada pela poda, até que novos rebentos ou brotos a revigorassem, tornando-se, em poucos anos, a “Rainha do Jardim”. De acordo com o escritor Paschoal Apóstolo Pitsica, Presidente da Academia Catarinense de Letras, junto com a terra também deve ter ido um pouco dos ossos dos que repousavam no primitivo cemitério de mais de 200 anos, que havia no centro da Praça XV. Dentre as tradições folclóricas que rondam a árvore, está a dos visitantes que, ao conhecê-la, devem dar três voltas ao seu redor de mãos dadas, em sentido anti-horário, para trazer sorte. Os velhinhos que descansam à sua sombra gostam de observar quando homens e mulheres dão as mesmas voltas, acreditando que conseguirão casar. Outra história interessante relacionada com a figueira é contada a respeito do Presidente da Província, Lacerda Coutinho. A figueira nasceu entre o Palácio Cruz e Sousa, residência oficial dos governadores e a casa (atual prédio do BESC), onde morava uma moça, namorada do Presidente. Os galhos da árvore atrapalhavam o “flerte” entre os dois, então ele resolveu trasladar a Figueira para o centro da praça XV.

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